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Antigo Testamento / Crônicas 12
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ESTUDO DOZE
 
1 Crônicas
 PALAVRA-CHAVE: Templo
VERSÍCULO-CHAVE: 1 Cr 22,19
 
        Os dois livros de Crônicas eram, pelo visto, originalmente um só livro, ou rolo, dividido mais tarde para conveniência. Os dois livros que no Cânon hebraico, têm o nome de “Atos dos dias”, “As palavras dos dias” em hebraico ”Dybere-Hayamin”. É uma volta à história analisando a conduta divina para com a nação israelita. Os tradutores gregos denominaram-nos “Paraleiponema” (paralipômenos), “coisas deixadas de lado”, considerando-os um suplemento aos livros de Samuel e Reis. Ao preparar a Vulgata latina, São Jerônimo sugeriu: “Podemos chamar [a esses] mais significativamente de Khro·ni·kón da inteira história divina”. É disto que o título “Crônicas” parece ter-se originado.
       Crônicas são um registro de acontecimentos na ordem em que ocorreram. Traz a história desde Adão até o séc. V a.C (Ciro, da Pérsia), depois do retorno do exílio da Babilônia. Os acontecimentos ou cronologias dos livros abrangem: toda a história desde Adão até os netos de Zorobabel, Pelatias e Jesaías que foram contemporâneo de Esdras. O seu alcance cronológico é, por tanto, maior que qualquer outro livro da Bíblia, desde Gênesis até Malaquias. Após alistar as genealogias, se concentra principalmente no tempo do Rei Davi, de 1077 a.C. até sua morte.
       Embora, anônimos, esses livros são provavelmente obra de Esdras, o sacerdote, de acordo com a tradição hebraica. O estilo literário, o ponto de vista sacerdotal e o objetivo claro são coerentes com outras obras de Esdras. Note-se que os últimos versículos de Crônicas (2 Cr 36,22-23 e Esd 1, 1-2) são os primeiros versículos do livro que leva o nome desse profeta, o que sugere uma continuação.
       A data provável do livro é 430 a.C. e com certeza não pode ser anterior a 350-330 a.C.
       O livro foi escrito logo após a volta do exílio, quando Israel começou a ser governado pelos gentios (Lc 21,24), a fim de proporcionar um fundo “teocrático” para as exortações de Esdras e Neemias. O exílio em Babilônia terminara uns 77 anos antes. Os judeus tinham sido restabelecidos na sua terra. Entretanto, existia a tendência perigosa de se desviarem da adoração de Deus no templo reconstruído em Jerusalém. Esdras tinha o desejo sincero de tirar os judeus restabelecidos de sua apatia e incutir neles o entendimento de que eles eram herdeiros da promessa e bondade de Deus. Visto ser o reino de Davi o ponto focal, ele ressaltou a história de Judá, omitindo quase inteiramente o registro do reino das dez tribos. Frisou a importância da adoração pura, focalizando a atenção nos muitos pormenores concernentes ao templo, seus sacerdotes, os levitas, os mestres de canto, e assim por diante. Deixa claro que o motivo da volta dos judeus é a adoração a Deus em Jerusalém.
       Em relação às semelhanças e diferenças entre os livros de Reis e Crônicas:
REIS
Trata dos dois reinos: Judá e Israel.
Político e real.
Registra a história.
Ênfase nos profetas e sua missão.
Ênfase no trono (reino).
Mostra guerras, idolatria, ofensa.
CRÔNICAS
Trata apenas de Judá.
Eclesiástico e sacerdotal.
Analisa a história.
Ênfase nos sacerdotes e levitas.
Ênfase no templo (adoração).
Mostra livramento, arrependimento, reforma.
       Divisões:
1)       1 Cr 1-9: Genealogias - Eram necessárias listas genealógicas exatas para garantir que apenas pessoas autorizadas servissem no sacerdócio e também para confirmar as heranças tribais, das quais o sacerdócio recebia seu sustento. Em vista das profecias de Deus sobre o Reino, era também vital ter um registro claro e fidedigno da linhagem de Judá e de Davi.
2)       1 Cr 10 – 29: Reinado sob Davi - Mostra a soberania de Deus para estabelecer o trono de Davi; as preparações de Davi para a construção; a preocupação com a pureza da adoração; a introdução da música e turnos contínuos de louvor e adoração. É interessante destacar a história de Uzá (13,9-10), que nos ensina o resultado de fazermos ‘a coisa certa da forma errada’ e a história de Davi ao recensear o povo (21), que nos ensina que o pecado de um só pode ferir todo o povo e que não devemos ofertar ao Senhor o que não nos custa nada.
 
 
 
 
O Templo: Tudo que Deus fez com Israel é uma figura, um plano em sombras ou miniaturas, daquilo que fará em escala mundial agora. A história de Israel é uma chave para entender o plano de Deus para a humanidade.
       Deus começou a se relacionar com o homem na base do altar (vida de Abraão). Seu plano cresceu com Moisés, que construiu um tabernáculo para Deus morar com seu povo e viajar com eles. Davi, homem segundo o coração de Deus, compreendendo o desejo do Senhor de amplificar ainda mais seu plano, quis lhe edificar uma casa permanente (o que não foi permitido por Deus, porque era homem de guerra). Davi fez todos os preparativos para a construção do templo: marcou o local, recebeu o modelo de Deus, ajuntou os materiais (calculado em dois a cinco bilhões de dólares) e entregou o projeto para Salomão.
       Deus fez de Davi uma casa real para sempre, mas Davi entronizou a Deus. Deus tornou rei um homem que reconheceu a Deus como rei.O rei espiritual é quem vê Deus como rei, e engrandece o nome de Deus.
       O templo significa a casa onde Deus vai habitar definitivamente no fim dos tempos, mas também representa o lugar onde o Senhor já habita, o templo que não foi feito por mãos humanas, que somos nós (2 Co 6,16-7,1; 1 Co 3,16-17).
O Tabernáculo de Davi: Neste tempo o tabernáculo de Moisés estava em Gibeom e a arca de Deus em Quiriate-Jearim (1 Cr 21, 29; 13,5). Davi queria trazer a arca de volta e armou uma tenda perto de sua casa no monte Sião, em Jerusalém (15,1), que ficou conhecida como tabernáculo de Davi. Durante todo o reinado de Davi, a arca ficou nesta tenda, separada do restante do tabernáculo de Moisés em Gibeom. Davi instituiu um ministério de música e louvor junto à arca de Deus com turnos de levitas, músicos e cantores (16, 1-7. 37-38), enquanto o sacerdotes continuavam oferecendo holocaustos em Gibeom (16,39-40).
       O tabernáculo de Davi representa o povo profético que vê aquilo que Deus vai fazer e que faz todo o possível em preparação, para cooperar com Ele em seus propósitos. É uma figura do povo profético, que vê a visão desta casa de Deus no Espírito (igreja gloriosa; At 15,16), que sente grande ansiedade e desejo para dar tudo para construí-la e que desde agora já está vivendo dentro daquilo que Deus está revelando.
A Aliança Davídica: (1 Cr 17)- Davi queria fazer uma casa para Deus. Deus falou que seria impossível, mas que Ele faria uma casa para Davi e esta casa (sua descendência) é que faria a casa para Deus. O importante para Deus foi o coração de Davi, interessado em satisfazer o coração de Deus! O Senhor procura corações assim para fazer sua casa. O homem não pode fazer a casa de Deus, mas o homem que deseja fazer a casa de Deus mais do que todas as coisas pode ser usado por Deus para fazer a casa de Deus! O importante é andar com Deus, em comunhão, com um coração apaixonado por Ele. Como resultado do coração de Davi, Deus entrou em aliança com ele e a misericórdia de Deus foi firmada para sempre com a casa de Davi. Nós entramos nesta linhagem pela fé e somos abençoados com Davi. Aquele que tem um coração como o de Davi, é abençoado com Davi, isto é, torna-se aliançado e participa das misericórdias de Davi. Ao recebermos Jesus, que é rei no trono de Davi, como Senhor de nossas vidas, recebemos a misericórdia incondicional de Deus prometida à sua descendência.
       Finalmente podemos concluir, tirando a mensagem deste livro para nossos dias, onde podemos destacar o quanto Deus é soberano em tudo o que faz e seu interesse em um povo que o adore de forma adequada e lhe obedeça, para que as bênçãos da aliança sejam recebidas.
 
Questionário
1. Explique a origem deste livro e de seu nome.
2. Por quê podemos dizer que seu alcance cronológico é maior do que qualquer outro livro da Bíblia?
3. Quem escreveu o livro e em que data provável?
4. Qual o panorama histórico e político na época em que Crônicas foi escrito?
5. Quais os pontos frisados por Esdras?
6. Quais as semelhanças e diferenças entre os livros de Crônicas e Reis?
7. Quais as divisões do livro? Fale as lições que você tirou da história de Uzá e do recenseamento de Davi.
8. Explique o que entendeu sobre a importância do Templo em Crônicas.
9. Relacione o Templo material (casa) com o Templo humano (pessoa).
10.Na sua opinião, como deve ser o nosso Templo (nós), em que Deus quer habitar?
11.O que devemos fazer para sermos ‘reis’ espirituais, como Davi?
12.O que é o tabernáculo de Davi?
13.Qual a diferença entre o tabernáculo de Davi e de Moisés?
14.O que você pode fazer para fazer parte do povo profético que representa o tabernáculo de Davi?
15.O que significa a aliança davídica?
16.Como podemos participar da aliança de Davi?
17. O que mais lhe marcou neste livro?
18. Qual a mensagem que você tira deste livro para sua vida?