ESTUDOS > Estudos Bíblicos
Antigo Testamento / 1 e 2 Reis 11
    ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA
                    “JESUS É O SENHOR”
Rua Aquidaban, 731 – Vl. Mendonça-   CEP 16015-100 - Fone:(018)3624-2264– Araçatuba-SP
NA INTERNET:www.jesse.com.br EMAIL: jesse@jesse.com.br
CONTRIBUIÇÕES:  Bco. Itaú - agência 7158 / conta corrente00021-1
 
 
ESTUDO  ONZE
 
1 e 2 REIS
 PALAVRA-CHAVE: Realeza
VERSÍCULO-CHAVE: 1 Re 2,12; 11,13
 
Na bíblia hebraica estes dois livros são chamados “O Livro dos Reis”, pois originariamente formavam um só livro, a exemplo de 1-2 Sm. Foi a versão grega dos Setenta (LXX) que o subdividiu em dois, dando-lhes o nome de “Terceiro e Quarto Livros dos Reinados”, títulos que a Vulgata Latina transformou em “Terceiro e Quarto Livros dos Reis”.
Reis constitui a parte final da grande obra deuteronomística que começa com Dt., Sobre a unidade do santuário. A descoberta do livro de Dt no tempo de Josias produz uma reforma religiosa marcante e demonstra a tese fundamental de Dt., Repetida em 1Re 8 e 2 Re 17: se o povo observa a aliança feita com Deus, será abençoado; se a quebra, será castigado.
Segundo a intenção original, Rs não era tanto histórico, e sim “profético”. É uma reflexão teológica sobre a história do povo e seus reis.
Divisões:
1)      1 Re 1-11: da coroação à morte de Salomão.
2)      1 Re 12-2 Re 17: de Roboão ao cativeiro de Israel sob os assírios.
3)      2Re 18-25: de Ezequias ao cativeiro de Judá sob os caldeus.
Os dois livros relatam o curso da monarquia começando sua maior glória, passando pelo declínio e divisão até a queda final. São a continuação imediata dos livros de Sm, e 1Re 1-2 contém o fim do grande documento de 2Sm 9-20. Sob Salomão (1Re 3-11), a realeza chega ao auge, tendo o templo como sua coroa. Logo no começo Salomão desobedeceu as três coisas que Moisés ordenara em Dt 17,16-17: Não multiplicar ouro e prata, não possuir muitas mulheres, e não trazer cavalos do Egito (1Re 10,14,26.28,29 e 11,1-3) Despesas e ostentação, esposas pagãs e adoradores de ídolos, culminaram com a cisão do reino, após a morte de Salomão em 931 a.C., e cada uma das partes acabou em cativeiro e dispersão (1Re 12-13).
A história paralela dos dois reinos de Israel e Judá vai de 1Re 14 a 2Re 17: conta as lutas entre os dois reinos irmãos e as invasões dos inimigos externos – Egito contra Judá e os arameus contra Israel. A situação se agrava com a invasão dos exércitos assírios no século IX e, com mais força, no século VIII, quando o reino do norte (Samaria) é derrubado em 721 a.C. e Judá se torna vassalo. A história continua com Judá apenas, até a ruína de Jerusalém, em 587 (2Re 18-25,21). Neste período acontecem dois relatos marcantes, com reforma religiosa e ressurgimento nacional: Ezequias (2Re 18-20), com a invasão de Senaquerib em 701, devido à recusa de pagar tributo assírio; e Josias (2Re 22-23), com a ruína da Assíria e a formação do império caldeu. Judá revolta-se contra os novos senhores a que havia sido submetida e por conseqüência é invadida em 597 pelos exércitos de Nabucodonosor, que tomam Jerusalém e deportam uma parte de seus habitantes; dez anos depois uma revolta dos judeus leva a uma nova invasão que terminou em 587 com a ruína de Jerusalém e uma segunda deportação. O apêndice terminado em 2º Reis 25, 27-30 (libertação de Joaquim).
O livro trata da realeza: um verdadeiro rei é aquele que guarda os preceitos do Senhor... Anda em seus caminhos, observa suas leis, mandamentos, conforme a lei. A função real consiste em governar o povo com sabedoria e justiça, inclusive servindo-o (1Re 12,7), pois esse povo é propriedade de Deus. A fidelidade ao Senhor, a dedicação na celebração correta do culto em Jerusalém, são fundamentais! Os reis por sua vez cometeram inúmeros pecados: cultos idólatras, construção de templos ou altares a falsos deuses, consulta a deuses estrangeiros, opressões e violências contra o povo, perseguições aos profetas do Senhor, guerras realizadas sem a aprovação de Deus, sacrifícios de crianças.
O critério da apreciação dos reis é a centralização do culto no templo de Jerusalém: Os que toleraram ou praticaram cultos fora deste templo, são todos reprovados. Portanto, Jeroboão I e todos os demais reis do Norte são condenados pelo “pecado de Jeroboão” que consistiu na construção e manutenção dos santuários de Dã e Betel, levando o povo a pecar. A maior parte dos reis do Sul é reprovada por ter tolerado ou não ter suprimido cultos fora do templo salomônico. Apenas Ezequias e Josias são plenamente aprovados, enquanto Asa, Josafá, Joás, Azarias e Joatão o são com ressalvas. Para o autor de Reis, a ruína de Israel e Judá é conseqüência dos pecados dos reis e dos pecados que eles induziram o povo a cometer.
O problema principal deste tempo foi idolatria. O reino unido foi dividido por causa da idolatria de Salomão, e os dois reinos divididos praticaram a idolatria a maior parte do tempo até o cativeiro. O povo vivia como queria, pois ao invés de ter um Deus sobre eles, tinham deuses abaixo deles, criados por suas mãos. Quando deixamos a Deus e adoramos criaturas, damos aberturas para espíritos malignos, que estão por trás dos ídolos, entrarem em ação. Podemos perceber a ligação entre rebelião, idolatria e feitiçaria. Quando as pessoas não querem se submeter a Deus (rebelião), procuram outros deuses que as deixem fazer o que quiserem (idolatria) e depois se tornam escravas de espíritos falsos (feitiçarias).
Com o desvio do povo após outros deuses, Deus começou a mandar seus profetas. No tempo de glória, a literatura se constituiu de poesias, cânticos, sabedoria (salmos, cantares, provérbios, Eclesiastes); porém no tempo de apostasia (declínio e queda de Israel) a mensagem era: Perigo!
Deus levantou profetas para avisar seu povo do juízo que viria se continuassem no caminho que estavam seguindo. Também exortavam e imploravam ao povo para voltar à lei de Deus. O primeiro profeta de destaque foi Elias (1 Re 17 –2Re 2) e depois seu sucessor, Eliseu (2Re 2 – 9).  São profetas também no período dos reis: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Amós, Oséias, Miquéias, Sofonias, Naum, Habacuc, Jonas.
Vamos nos deter um pouco sobre Elias, o representante de todos os profetas. Elias não escreveu nenhum livro, mas seu ministério, autoridade e ações expressam o espírito profético de forma maravilhosa! Os profetas, basicamente, representavam uma coisa só: a restauração da lei de Deus. Elias trabalhou por isso: Restaurou o altar do Senhor e destruiu os profetas de Baal;  restaurou o ministério de sinais e milagres numa escala nunca vista desde os dias de Moisés (é interessante notar que historicamente só houve quatro períodos onde sinais e milagres aconteceram de forma espantosa – no tempo de Moisés e Josué; de Elias e Eliseu; de Jesus e os apóstolos e nestes últimos dias, século XX e XI). Através dos milagres de Elias e Eliseu, Deus estava novamente procurando libertar o seu povo da escravidão (Baal e outros ídolos) para levar a seu reino.
Elias era um homem que vivia na presença de Deus (1Re 17,1), e por isso sua palavra era a própria palavra de Deus. Ele tinha tanta intimidade com Deus, que dizia: “Deus, em cuja presença estou”. Ele não tinha apenas ‘momentos’ com Deus, ou experiências gloriosas, mas vivia com o Senhor constantemente! Por isso podia dizer que os fatos aconteceriam ‘segundo a minha palavra’, porque era amigo de Deus e sabia o que Ele queria fazer.
Seu ministério foi uma preparação para todos os profetas que vieram depois. Representa o arrependimento, a conversão a Deus e o retorno à lei de Deus. Essa mensagem não se restringe apenas a uma época histórica, mas são necessárias para todas as épocas, principalmente para preparar o caminho para a vinda do Senhor. É justamente este espírito profético, que ultrapassa a própria mensagem profética, que fez com que Elias fosse escolhido como representante de todos os profetas, como Moisés é o representante da lei (Mt 17,1-3; Ap 11, 3-6).
O ministério de Elias vai restaurar a família (Ml 4,4-6). A restauração da família é a chave ou início da restauração das outras coisas. Deus começou com a família (Adão e Eva, a sagrada família) e vai terminar com a família também (bodas do cordeiro). Hoje, necessitamos desta restauração da palavra profética, que traz o povo de volta à obediência, para que haja restauração da família, sociedade e de toda a Terra. Necessitamos de profetas que virão no ‘espírito e poder de Elias’ (Lc 1, 16-17).
Os livros dos Reis terminam com o último descendente da dinastia davídica (a fidelidade de Deus manifesta-se na permanência da linhagem de Davi, com a promessa do descendente que seria o Messias), Joaquim, recebendo um favor do rei da babilônia – comer todos os dias à mesa real – como um anúncio de uma futura redenção.
 
PERGUNTAS
 
1.      Explique a origem do nome destes livros.
2.      Que livro do Pentateuco influencia Reis e qual é esta influência?
3.      Quais as três divisões destes livros e cite em cada divisão, a passagem que mais te marcou.
4.      Qual o período de glória da nação de Israel e qual o período de declínio e queda?
5.      Faça um resumo da história de Salomão e aponte as causa de sua desobediência e queda diante de Deus.
6.      Quais as lutas por que passaram os reinos divididos de Israel e Judá?
7.      Como deve ser um verdadeiro rei?
8.      Em Ap 1, 6, somos chamados de reis e sacerdotes. Que tipo de rei devemos ser?
9.      Quais os pecados cometidos pelos reis e qual a conseqüência destes pecados?
10. Qual o pecado principal deste tempo e qual sua influência e ação no meio do povo?
11. Qual a ligação entre rebelião, idolatria e feitiçaria?
12. Sabendo que no plano natural Israel representa o que no plano espiritual é a igreja, dê sua opinião sobre rebelião, idolatria e feitiçaria nos dias de hoje.
13. Qual a mensagem e os livros escritos no tempo da glória e nos tempos da apostasia?
14. Qual a mensagem dos profetas e por que Deus os enviava?
15. Qual o representante de todos os profetas? Por que?
16. Como Elias trabalhou pela restauração da lei?
17. Quais os quatro períodos onde sinais e milagres aconteceram de forma espantosa?
18. Qual a finalidade dos milagres naqueles dias? E nos dias de hoje?
19. Por que podemos dizer que a palavra de Elias era a ‘palavra de Deus’?
20. O que representa o ministério de Elias e porque é necessário para todas as épocas?
21. Na sua opinião como o ministério de Elias pode restaurar as famílias?
22. Em sua opinião, a igreja hoje, parece-se mais com Israel do tempo de Salomão, ou com Israel nos tempos da divisão dos reinos? Por que?
23. O que é necessário nestes dias para que a igreja possa ser restaurada e Jesus possa voltar?
24. O que mais marcou neste livro? Qual a mensagem que tira para sua vida?