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Frentes de Oposição / Mundo d
     ASSOCIAÇÃO JESSE DE ARAÇATUBA          
                    “JESUS É O SENHOR”
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TRÊS FRENTES DE OPOSIÇÃO AO PLANO DE DEUS
 
     1o.) Mundo (d) 
                                     
 
“A expressão ‘puros de coração’ designa aqueles que entregaram o coração e a inteligência às exigências da santidade de Deus”.                                                                                                                                    Novo Catecismo it. 2518
 
 
 
4)   Renovar a mente: O quarto ponto cardeal da Palavra de Deus para nos direcionar na luta contra este sistema mundial, é a renovação da mente: “Não vos conformeis ao mundo presente, mas sede transformados pela renovação da vossa inteligência, para discernirdes qual é vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável o que é perfeito” (Rm 12,2).
 
            Ora, se Paulo diz que para discernir a vontade de Deus, é preciso renovar a inteligência, isto significa que a nossa dificuldade em entender a vontade de Deus está diretamente relacionada ao fato da nossa mente não ter sido transformada! Eis a resposta para nossa luta em saber o que Deus quer, o que é realmente bom e perfeito, e o que lhe agrada, até nas mínimas coisas! Não conseguimos discernir a vontade de Deus, porque nossa inteligência está obscurecida, contaminada, repleta dos efeitos de anos de conhecimento humano que nos vieram através de educação, cultura, relacionamentos, estruturas de raciocínio, etc. Por isso quando Deus quer nos revelar algo, há um bloqueio na nossa mente, acostumada coma forma natural de discernir as coisas.
            Segundo o dicionário Aurélio, discernir é: “Conhecer distintamente; perceber claro por qualquer dos sentidos; apreciar; distinguir; discriminar; estabelecer diferença; separar, distinguir; fazer apreciação; julgar, decidir”. Oh! Quanto nos falta para ‘conhecer distintamente’ a vontade de Deus... Ou ‘estabelecer diferença’ entre o que é da carne e o que é do espírito...
            Por este versículo, Paulo nos mostra que o modo para não nos conformarmos, isto é, não tomarmos a forma, ou entrar no sistema do mundo, é através da renovação da mente, pois o mundo penetra e nos atinge através da mente que por sua vez se utiliza dos cinco sentidos que são seus instrumentos para percepção do mundo.
            Em 1 Co 2,9 compreendemos que o que Deus tem para nós, a percepção humana (o que vejo, ouço, toco, sinto) não pode compreender! O que Deus tem para nós será captado em outro nível, que não se mistura com o conhecimento deste mundo, nem com seus sistemas. Se estivermos estudando que todo o mundo jaz no maligno, e que até as coisas aparentemente boas estão dentro do sistema que trabalha para satanás, como Deus poderia trazer sua revelação usando os mesmos canais que o diabo?
            Estamos acostumados a adquirir conhecimento através dos sentidos (é assim que aprendemos na escola) e é neste nível que criamos conceitos, valores, condutas, que vão governar nossa forma de raciocinar, e na maioria das vezes tentamos entender as coisas de Deus neste nível (pelo que vemos, sentimos, ouvimos, tocamos) e é por essa razão que tantas vezes não ouvimos o Senhor e o conhecimento fica apenas no nível mental, não chega ao coração, onde é capaz de produzir frutos verdadeiros de transformação (o único jeito de a semente brotar é em contato com a terra; se ficar no saquinho, não vai brotar nunca). Queremos ‘sentir’ Deus, ‘ver’ sinais, ‘ouvir’ com ouvidos físicos a sua voz (Lc 11, 16.29; Jo 20, 24-26). A fé não é um sentimento. Deus não depende de circunstâncias para estar ou não conosco. Ou cremos e confiamos no que Ele diz em sua Palavra, ou estaremos dependendo de nossos sentidos físicos, que por sua vez dependem das circunstâncias, e certamente afundaremos (Mt 14, 22-33).
            É por isso também que muitas vezes nos ajoelhamos para orar e levantamos do mesmo jeito ou pior. Isto mostra que não tivemos um verdadeiro encontro com Deus, mas na maioria das vezes ficamos no plano da mente, falando para nós mesmos de nossos problemas.
            Muitas pessoas dizem que não podem mudar e isso é um erro, pois Deus pede que nos transformemos e Ele nunca nos pediria nada que não pudéssemos fazer! A transformação depende de uma decisão nossa, de querer mudar e lutar por isso. Alguém já disse que ‘não podemos mudar o passado, mas podemos mudar o futuro, pois o futuro depende das decisões que tomamos hoje’! De certa forma, é cômodo dizer que ‘nascemos assim’ e não podemos mudar, pois isso não demanda nenhum esforço, apenas um deixar-se levar pela preguiça de assumir posições que exigem disciplina.
            Todos podemos ser transformados, pois o calvário deixou provisão para nossa transformação (2 Co 3,18; Pv 4,18)! Acreditar que não podemos mudar, equivale a dizer que a cruz não foi suficiente para nossa total redenção e que, portanto, satanás tem mais poder que Deus. Isso é um absurdo, e se já pensamos ou falamos alguma vez que não podemos mudar, precisamos confessar este pecado. A regeneração do nosso espírito é instantânea, basta nascer de novo, mas o processo de transformação da alma, dura a vida toda! Tomemos o exemplo de João, o apóstolo. Ele foi apelidado por Jesus de ‘boanerges’ (Mc 3,17), que quer dizer ‘filho do trovão’, porque tinha um temperamento explosivo, vingativo (queriam até destruir uma aldeia - Lc 9,51-56), mas muito tempo depois, já um ancião, ele escreve a ‘epístola do amor’ (1 Jo), e o mandamento que prescreve é amar e amar e amar. É o único que chama suas ovelhas de ‘filhinhos’.
            Como acontece esta transformação? Ora, a nossa mente, desde que nascemos, foi moldada pelos conceitos deste mundo, que jaz no maligno. Até hoje ela é alimentada pelo sistema do mundo (educação, cultura, entretenimento-TV; filmes, jornais, revistas, – tradições, religiosidade, etc.), que exercem enorme influência em nós, criando estruturas, barreiras, sofismas, altivez (orgulho), que se levantam contra o conhecimento de Deus (2 Co 10, 4-6). Quanto mais nos alimentamos destas coisas, mais estruturada ficam nossa mentes.
            Estas estruturas (nem temos noção do quanto temos de estruturas em nós), moldam toda nossa forma de perceber as situações, fatos, etc.; muitas vezes deformando a realidade dos fatos e causando mágoas e todo tipo de sentimentos estranhos, devido à julgamentos errôneos. Por exemplo, uma pessoa passa por outra e não a cumprimenta, ou cumprimenta de forma diferente do usual. O que recebeu o cumprimento, já julga que a pessoa não a cumprimentou, ou porque é orgulhosa, ou porque não gosta dela, ou porque está magoada com ela, etc. Estes julgamentos produzem sentimentos negativos em relação à pessoa, que muitas vezes, nem se apercebeu do fato, ou está com problemas naquele dia. A maioria dos nossos julgamentos ou conclusões sobre as coisas ou pessoas, são deformados pelas estruturas que trazemos.
           
 
            Normalmente julgamos os outros pelo que somos: se somos mentirosos, sempre desconfiamos do que os outros dizem; se nos sentimos inferiores, achamos que os outros são orgulhosos; se temos problemas de baixa-estima, sempre achamos que os outros não gostam de nós, e assim por diante (Lc 11, 34-36).
            Ora, uma mente assim, como pode receber revelação do alto? A revelação ou o conhecimento da vontade de Deus nos vem pelo Espírito Santo ao nosso espírito, e é captada pela alma (cuja sede é a mente). Ora se a nossa mente tem barreiras erguidas contra o conhecimento de Deus, como compreenderemos a revelação? Quantas pessoas lêem trechos da Palavra e se recusam a concordar, porque as barreiras em sua mente não permitem que aceitem.
            Um trecho da Palavra só se torna rhema para nós, quando há uma revelação do alto sobre este trecho. Enquanto isso não acontece, é apenas assentimento mental. Quantas vezes acontece de já termos lido um trecho muitas vezes, mas há um momento em que lemos aquele mesmo trecho e parece que é a primeira vez que o lemos, pois se torna vida e faz vida em nós, transformando a nossa forma de pensar e ver as coisas!
            A Igreja hoje está cheia de membros que nunca mudam, nada acontece de diferente em suas vidas, não há transformações, nem mudança de vida. As consciências ficam cauterizadas e já nem sentem mais o toque do Espírito. Isto não é cristianismo, é religiosidade. Quem tem uma experiência real com Jesus não pode continuar do mesmo jeito, cometendo sempre os mesmos pecados, ou com o mesmo temperamento. Como pode uma pessoa dizer que teve um encontro com Jesus e continuar com ódio no coração? Ou brigada com membros da família? Ou guardando ressentimentos? Ou xingando e murmurando? Será que somos hipócritas (Mt 15,7-9)?
            Não podemos continuar aceitando isto na Igreja ou em nossas vidas! Precisamos desejar ardentemente uma transformação radical em nós, uma renovação de nossas mentes. Precisamos clamar que o senhor quebre as barreiras que se formam em nossas mentes, as estruturas que adquirimos ao longo de nossa história e que hoje determinam nosso comportamento.
       Quando o Senhor nos quebra, aquilo que está camuflado dentro de nós, aparece. É nos momentos de pressão que o que está oculto em nós, explode, e percebemos reações em nós que não imaginávamos ter! É nas reações que se conhece o que está dentro de nós. Falamos aquilo que pensamos, às vezes sem querer, é automático, sai! A boca fala do que o coração está cheio (Lc 6,45). Se quisermos conhecer o que está oculto em nossos corações, examinemos nossas palavras. O que dizemos nos momentos de descontração? Nas rodinhas de amigos, no ambiente de trabalho? Qual nossa reação quando somos humilhados? Quando recebemos uma má notícia? Quando estamos em meio à tribulação?
            Deus vai nos provar, e trazer à tona nossas escórias, o que está oculto em nós, para que possa ser limpo e purificado (Mt 10, 26). É à medida que as nossas motivações são reveladas, que nos damos conta das estruturas de nossa mente, e através da Palavra de Deus, podem ser renovadas. 
 
                                                          
 
 
 
                                                                                              20/10/03