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30/09/2022
Papa recebe bispos do Estado de São Paulo


Segundo o arcebispo de Campinas, Dom João Inácio Müller, foi com "Alegria, simplicidade e largo sorriso no rosto" que o Papa Francisco recebeu na manhã de ontem, 29/09/2022, no Vaticano, os bispos das províncias eclesiásticas de Botucatu, Campinas e Ribeirão Preto, no âmbito da visita ‘ad Limina Apostolorum’, que significa no limiar, na soleira, na entrada, nos limites (das basílicas) dos apóstolos (Pedro e Paulo), sendo uma antiga prática da igreja Católica que teve seu início em princípios do século II. Estas províncias pertencem à Regional Sul 1 da CNBB, circunscrição eclesiástica católica que abrange as dioceses do Estado de São Paulo.

De acordo com o bispo franciscano, o Pontífice ressaltou a importância de manter viva nas dioceses as obras de caridade, pois “nosso povo continua a precisar de ajuda, tem fome".

Numa manhã de partilha, o Papa Francisco recordou as quatro “proximidades” importantes na vida do bispo: a proximidade com Deus na oração; a proximidade entre os bispos no afeto colegial; a proximidade com os padres, colaboradores do ministério episcopal, e a proximidade com todo o povo de Deus.

Os 25 bispos das três regiões que integram o grupo do Regional Sul 1, e o padre administrador diocesano de São João da Boa Vista, relataram ao Papa Francisco a realidade eclesial e social das três arquidioceses e 20 dioceses paulistas que, com seus bispos, cumprem, nesta semana, a agenda da Visita Ad Limina Apostolorum.

Um dos temas desta agenda foi a missionariedade. Deus é em saída e assim deve ser a Igreja, disse Dom João Múller: “Não podemos nos manter numa Igreja quadrada, só com projetos e achar que tudo tem que ser certinho. O Papa disse que não. A Igreja que caminha vê as situações que requerem intervenção, que se pare e se faça o que é necessário fazer”. Outro conselho do Papa, segundo Dom Müller, é olhar para Jesus, já que “quem não medita sobre Jesus não terá o caminhar de Jesus”. Isto implica acolher todas as pessoas sem discriminação e sem rigidez.

Por sua vez, o arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, afirmou que para todas as questões apresentadas pelos bispos o Papa “sempre nos deu uma palavra de ânimo, de encorajamento, nos incentivando na missão”. E recordou as quatro proximidades na vida do bispo: com o Senhor, entre os irmãos no colégio episcopal, com os presbíteros e com o povo de Deus.

Dom Moacir também descreveu que “foi um momento muito especial na vida de cada bispo. Me senti um irmão no meio dos irmãos, junto do irmão mais velho, o Santo Padre”, ao dizer das palavras de ânimo que o Papa Francisco dirigiu ao episcopado.

Já o bispo diocesano de Barretos, Dom Milton Kenan Júnior, citou outro tema na pauta: a sinodalidade. O Papa pediu que o Sínodo seja vivido como um momento para dar espaço para que todos possam falar, possam manifestar-se. A sinodalidade não é um parlamento, mas sim a experiência de ouvir o Espírito, deixar-se conduzir por Ele.

Dom Milton referiu que Francisco falou ainda a respeito das guerras que estão ocorrendo em diversas partes do mundo e a necessidade de a Igreja fazer o papel de intermediária, com uma “crítica bastante firme em relação às armas”. Outro assunto foi tradição: “O tradicionalista desvirtua a tradição, porque a tradição é criativa, é fecunda quando é capaz de iluminar novos caminhos e perspectivas. O tradicionalista, por sua vez, se prende à tradição e deixa de abrir-se ao futuro”.

Dom Luiz Carlos Dias, bispo diocesano de São Carlos e secretário do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ressaltou ao Papa Francisco que “Nossa grande alegria por esse encontro, uma gentileza do vosso coração de pastor que nos edifica” no âmbito da visita ad Limina do Regional Sul 1 da CNBB.

O bispo diocesano de Araçatuba, Dom Sergio Krzywy, também ressaltou a alegria e fecundidade deste encontro em vídeo divulgado aos fiéis da sua diocese que reproduzimos abaixo